Por mais escolas assim em 2017!
"Na Rocina, maior favela do Rio de Janeiro, colégio prende atenção dos estudantes sem quadro negro, carteiras individuais ou turmas tradicionais. Resultado: ninguém parece ter pressa de ir para casa.
Do alto do pátio da Escola Municipal André Urani dá para ver, olhando para baixo, o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar e a Lagoa, ícones da cidade rica. Para cima, surge a comunidade da Rocinha – a maior do país, com quase 70 mil habitantes, símbolo da desigualdade.
"Tem até um muro ali, tá vendo?", aponta o aluno João Paulo do Nascimento, de 14 anos. "Ele simbolicamente divide a cidade em duas."
A escola, onde estudam 240 adolescentes da Rocinha e comunidades vizinhas, é um Ginásio Experimental de Tecnologias Educacionais (Gente) – uma parceria da Prefeitura com a iniciativa privada, cujo objetivo é testar metodologias de ensino inovadoras.
Aqui, não existe quadro negro, nem carteiras individuais. Desaparecem as turmas tradicionais, surgem os times, que reúnem, em um grande salão, alunos do sétimo, oitavo e nono anos. A internet não é proibida, pelo contrário, ela é parte central do aprendizado.
Munidos de computadores e livros, os estudantes se sentam em mesas hexagonais, uns de frente para os outros, e estudam juntos. Na verdade, eles seguem planos de estudo personalizados, disponíveis em seus laptops, mas contam com a ajuda dos colegas e de suas próprias pesquisas online. Tudo isso sob a monitoria de professores de diferentes disciplinas.
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A escola experimental atende alunos do sétimo ao nono anos apenas. Eles vêm de escolas tradicionais na própria comunidade e, depois, seguem estudando em lugares convencionais.
"No começo, é difícil", conta a diretora da André Urani, Marcela Oliveira. "Eles chegam aqui esperando receber ordens, querem que a gente resolva os problemas. Por outro lado, quando percebem que têm autonomia, deixam de fazer os trabalhos, começam a burlar as regras. Depois, com a orientação dos mentores, eles vão se adaptando."
A adaptação é surpreendente. Em toda a escola, reina um silêncio inesperado para um local repleto de adolescentes. Mesmo na hora do recreio, o burburinho é mínimo.
"Eles são adolescentes, continuam sendo, mas têm autonomia, não precisam mostrar toda a sua indignação", explica Marcela. "Daí o silêncio que você está vendo."
Para se inspirar mais com essa linda história acesse: Onde a Educação Funciona
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