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Baobá de Histórias - O Conto das Areias - Conto Sufi

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Essa semana traremos um conto sufi, "O Conto das Areias"!

Boa Leitura!




Um rio, que partiu de sua nascente na montanha distante, depois de passar por todos os tipos e espécies de territórios, finalmente chegou às areias do deserto.

Assim como ele tinha atravessado todos os outros obstáculos, tentou atravessar aquele, mas percebeu que a sua água desaparecia nas areias na mesma rapidez que chegava. Estava convencido, no entanto, que seu destino era atravessar aquele deserto, mas ainda não havia como.

Então, uma voz oculta vinda do deserto, sussurrou: "O vento atravessa o deserto, e o rio também pode.O rio alegou que ele podia precipitar-se contra a areia, mas só conseguia ser absorvido: o vento podia voar, e por isso ele podia atravessar o deserto.

“Chocando-se com violência, da sua maneira habitual, assim você não pode atravessar. Você irá, ou desaparecer ou tornar-se um pântano. Você deve permitir que o vento possa transportá-lo ao seu destino"

"Mas como isso pode acontecer?"

"Permitindo-se ser absorvido pelo vento."

Essa ideia não era aceitável para o rio. Afinal, ele nunca tinha sido absorvido antes. Ele não queria perder a sua individualidade.

"E, uma vez que a tivesse perdido, como saber se ela podia ser recuperada?"

“O vento", disse a areia, "executa essa função. Ele eleva a água, a carrega sobre o deserto e depois deixa-a cair novamente. Caindo como chuva, a água se torna novamente um rio."

"Como posso saber que isso é verdade?"

"É dessa forma, e se você não acredita, você não pode tornar-se nada mais do que um pântano e mesmo que levasse muitos e muitos anos, certamente não seria a mesma coisa que um rio."

"Mas eu não posso permanecer o mesmo rio que eu sou agora?"

"Em qualquer caso, você não pode permanecer assim", continuou a voz. "Sua parte essencial é levada embora e forma um rio novamente. Você é chamado da forma que você é hoje, porque você não sabe qual parte de você é a essencial."

"Quando o rio ouviu isso, certos ecos começaram a ressoar nos seus pensamentos. Vagamente lembrou um estado nele que ele, ou que parte dele - qual seria? - havia sido carregado nos braços do vento. Também lembrou - ou lhe pareceu? - que isso era o que realmente deveria fazer, mesmo que não fosse o mais óbvio."

E o rio elevou seus vapores nos braços acolhedores do vento, que suave e facilmente os levaram para cima e à distância, deixando cair suavemente, logo que alcançaram o cume de uma montanha, muitos e muitos quilômetros de distância.

E porque teve suas dúvidas, o rio pode recordar e gravar mais fortemente em sua mente, os detalhes de sua experiência.

Ele pensou: "Sim, agora eu conheço minha verdadeira identidade."

O rio estava aprendendo, porém as areias sussurraram: "Nós sabemos, porque vemos isso acontecer dia após dia, e porque nós, as areias, nos estendemos por todo o caminho que vão desde as margens do rio até a montanha".

E é por isso que se diz que O Caminho no qual o Rio da Vida tem de continuar a Sua Jornada está escrito nas Areias."

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