De Mariana Amargós
Os Contos de Fadas estão presentes em nossas vidas há mais
de trezentos anos, apresentados por contadores de histórias ou em livros; foram
criados com a finalidade de educar os pequenos, falam do bem e do mal, do que é certo
e do que é errado; através deles podemos enxergar a realidade pelo
o universo da fantasia.
Há pouco mais de um ano tive a honra de
conhecer a Susana Ventura no curso de Pós Graduação – O Livro para a Infância
na Casa Tombada e hoje escrevo sobre essa linda trilogia de Contos e
Contadoras, onde os motes ética, papel da mulher e justiça são abordados.
Sempre temos uma
história preferida, a que diz algo a mais, que faz pensar, e a coleção feita
pela Editora Biruta, organizada e escrita por Susana Ventura, com as também escritoras,
Helena Gomes e Geni Souza, e com lindas ilustrações de Alexandre Camannho, nos
traz contos para pensar, dialogar sobre passado, presente e refletir o que
estamos querendo para o futuro. E posso dizer que essa trilogia dos contos de
fadas é muito mais do que o simples romance de foram felizes para sempre.
Ah, e não podemos esquecer a socióloga
Giselle Soares, que ao final da obra traz uma breve, e não menos importante análise social de cada conto.
O primeiro volume
da trilogia, Dragões,
maças e uma pitada de
Cafuné – Contos de fadas para se pensar em ética, nos colocam em contato com o passado, e sua forma de
transmitir questões importantes e relevantes que ainda precisam ser discutidas
nos dias de hoje.
“Sendo apenas mais
um dos vários filhos de uma família de camponeses muito pobre, o menino foi
vendido ao ferreiro do vilarejo mais próximo.”, assim começa O menino e o candelabro, conto que mais
me chamou atenção nesse volume; o menino realiza trabalhos domésticos e
afazeres na oficina, até que um dia ele e o ferreiro encontram uma caixa que
pelo olhar do ferreiro era apenas uma caixa vazia, mas para o menino continha
um enorme tesouro, um candelabro, que lhe trás bons sentimentos e esperança
para se livrar da maldição, e salvar a sua família da pobreza; mesmo depois de
ter sido vendido pelo próprio pai.
Dragões,
maças e uma pitada de
cafuné levanta essa e muitas outras questões que faz com que os
jovens de hoje reflitam sobre determinados assuntos éticos, ainda
mais dentro do nosso cenário político-social de hoje.
O segundo volume da
trilogia, Princesas, bruxas e uma sardinha na brasa –
Contos de fadas
para pensar sobre o papel da mulher moram em meu coração, pois esses contos levantam questões importantes sobre
o papel da mulher ao longo dos tempos e nos mostram que a batalha pela nossa
liberdade é constante, e ainda com um caminho longo para ser
perseguido.
O poço das fadas me fez pensar em todo poder do masculino e da virilidade
que lhe acompanha, e o quanto afeta a vida de todos. A busca pela permanência
no poder faz com que um pai venda a sua própria filha, pois ela não serve como
herdeira do trono, e mesmo depois de conseguir um filho homem, a ganância pelo
trono é tão grande que ele faz de tudo para permanecer jovem, mas esquece de
que o feitiço pode virar contra o feiticeiro, e as coisas não terminam tão bem
para esse rei ganancioso.
Esse e outros
contos de Princesas, bruxas e uma
sardinha na brasa nos mostram o quanto a mulher ao longo dos anos não se
acomodou em seu papel de serviçal, e que em muitos momentos elas tomaram as
rédeas de seus destinos.
E o que esperar de Reis,
moscas e um gole de morte: Contos de fadas para pensar sobre justiça?
Ah... meus amores, pode esperar coisa boa por ai! Pois,
essas mulheres são ‘porretas’, e nos fazem pensar e muito nesses contos que ressoam até hoje
em nós.
Então, vamos marcar presença nesse lindo lançamento,
conhecer as mulheres por trás dessa trilogia e festejar junto com elas e a
Editora Biruta!
Anotem na agenda, 20 de outubro das
14:00 às 17:00, Susana Ventura e Helena Gomes estarão na Livraria PanaPaná,
realizando um bate-papo sobre a obra e autografando seus livros!
Espero vocês pode lá!
Comentários
Postar um comentário