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A Incerteza Viva e as Mulheres na Bienal de Arte de São Paulo 2016



Benzidos à A Bienal de Artes de São Paulo 2016. O tema escolhido para essa Bienal é Incerteza Viva e é nessa hora que nosso cérebro diz: para, para, para tudo! Incerteza? Quem gosta de incerteza? A mais pura verdade é que nosso cérebro não gosta, nosso coração sentimental não gosta e nós? Obedecemos aos dois. Mas que tal aproveitar o impulso da Bienal e pensar melhor sobre o tema?

A incerteza sempre esteve presente no nosso dia a dia. A Incerteza é uma condição psicológica ligada a processos individuais ou coletivos em cada decisão que é tomada.
O mundo sempre esteve em contante mudanças mas de uns tempos para cá essas mudanças se tornaram mais rápidas e inconstantes, política, ecossistemas,  economia, cultura, impacto ambiental, migração, todas essas questões acabam gerando a incerteza do medo.

O tema  Incerteza Viva foi escolhido como uma pontuação direta na inconstância. A ideia quanto a escolha da temática para esse ano foi trazer a reflexão sobre as condições de vida diante de todas as mudanças constantes. Oferecendo estratégias através da arte contemporânea para acolher e/ou habitar as incertezas humanas.
A incerteza sempre esteve presente no nosso dia a dia e em várias disciplinas ao longo do nosso aprendizado. Mas ela ainda incomoda, é um assunto desconfortável, e na área artística pode causar certa desordem, podendo levar a uma ambiguidade e contradição. A arte alimenta a incerteza, trazendo a tona o improviso, a especulação, uma tentativa de controlar o incontrolável, dando assim espaço ao erro, a dúvida, provocando o nosso inconsciente, nossos receios, mas sem nos manipular. 

Tudo na vida é um aprendizado, e podemos aprender com as nossas Incertezas e com as Incertezas do mundo também, buscando soluções para coisas que aparentemente não tem solução. Essa discussão leva-nos a compreender a diversidade do conhecimento, e a arte pode promover a troca desse conhecimento entre pessoas dentro do sistema de cada um.

Ahhh… mas espere aí! 
Você sabe qual é o tema desse ano? Sabe os seus principais expositores? Não! Então segue algumas dicas para aproveitar a Bienal!

Teremos 81 artistas expondo a sua arte na Bienal, com destaque para a maior presença feminina dentre todas as Bienais. A Folha de São Paulo destacou algumas dessas mulheres que precisam ser vistas nessa Bienal de Arte.

O caos é mostrado por vários artistas em suas obras, mas as mulheres filtram esse caos de uma maneira peculiar e instigante. Artistas espalham o marrom e o ocre por grande parte do pavilhão da Bienal, a algumas brasileiras são responsáveis por essas cores, trazendo a tona a interferência do mundo moderno em contraste com a nossa ancestralidade.

- Lais Myrrha, brasileira, trás no vão central da Bienal o contraste da arte orgânica com o modernismo, construindo duas torres, uma de tijolos e ferro e outra de terra batida e palha, mostrando o contraste dos métodos de construções dos índios e caboclos com a arquitetura moderna. (http://galeriajaquelinemartins.com.br/artistas/lais-myrrha/)

- Vivian Caccuri, brasileira, construiu um "altar para o grave". São caixas de som que tocam só as frequências graves, que tocam de hora em hora como sinos de uma igreja. (http://viviancaccuri.net/)

- Barbara Wagner, brasileira, investiga os códigos por trás da música brega do Recife. (http://www.barbarawagner.com.br/BARBARA-WAGNER)

- Hito Steyerl, artista alemã, expõe no segundo andar do pavilhão da Bienal as palavras "Hell, Yeah, We, Fuck, Die" em acrílico e concreto. Essas palavras são o resultado de uma pesquisa realizada com as letras das músicas do topo das paradas na última década. Segundo ela esses são aos temos que mais se repetem. "Há muitas camadas, mas a violência está em todos os lugares." afirma a artista. (http://artistsspace.org/exhibitions/hito-steyerl)

- Rachel Rose, americana, apresenta um vídeo no térreo do pavilhão, mostrando como de uma hora para outra o tempo pode mudar, intercala esse caos com as imagens de uma casa de vidro construída por Philip Johnson seguindo as dimensões do corpo humano e faz sua arte praticamente se fundir com o ambiente. (http://www.pilarcorrias.com/artists/rachel-rose/)

- Ruth Ewan, britânica, montou um calendário usando plantas e verduras. (http://www.ruthewan.com/)

- Carla Filipe, artista portuguesa, fez uma horta no pavilhão. (http://www.muriascenteno.com/artists/carla-filipe/)

- Rita Ponce de Léon, peruana, criou um labirinto de barro. (https://www.artsy.net/artist/rita-ponce-de-leon)

- Pia Lindman, finlandesa, construiu uma cabana de barro. (http://www.pialindman.com/)

- Susan Jacobs, australiana, projeta imagens em placas de vidro espetadas na terra. (http://susanjacobs.net/)

Essa são só algumas das mulheres que prometem mexer com nossas incertezas e os nossos sentidos, trazendo a reflexão a quantas anda o mundo externo e interno. A Bienal de Artes de São Paulo começa dia 10 de setembro, e só termina dia 11 de dezembro de 2016.
aproveite mesmo porque é de graça!!!

Passeie muito, tire muitas fotos e depois envie suas impressões pra gente!
Boa Bienal!



Para saber mais acesse:  http://www.bienal.org.br

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