Bem vindo a nossa central de histórias!
A nossa ideia é compartilhar com vocês histórias muitas vezes conhecidas e outra até desconhecidas, contos de fadas, contos fantásticos entre outros, para interagirmos e trocarmos conhecimentos!
Você conhece um conto tradicional que poucos sabem? Mande para nós a sua sugestão de histórias, e nos ajude a fortalecer o nosso BAOBÁ.
Essa semana traremos um conto de fadas muito conhecido "Cinderela", mas na versão dos Irmãos Grimm!
Boa Leitura!
"Cinderela" - Jacob e Wilhelm Grimm, tradução de David Jardim Junior para edição brasileira da Edirota Itatiaia. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia, 2008
As duas enteadas do pai de Cinderela ficaram
satisfeitas quando souberam disso, pois tinham pés bonitos. A mais velha levou
o sapatinho para o quarto e tentou calçá-lo, mas o dedo grande não se acomodava
dentro dele: o sapato era pequeno demais para o seu pé. A madrasta de Cinderela
foi, então, buscar uma faca e disse à filha:
A madrasta e suas filhas empalideceram de espanto e de ódio. O príncipe pôs a órfã em seu cavalo e partiu, levando-a.
A nossa ideia é compartilhar com vocês histórias muitas vezes conhecidas e outra até desconhecidas, contos de fadas, contos fantásticos entre outros, para interagirmos e trocarmos conhecimentos!
Você conhece um conto tradicional que poucos sabem? Mande para nós a sua sugestão de histórias, e nos ajude a fortalecer o nosso BAOBÁ.
Essa semana traremos um conto de fadas muito conhecido "Cinderela", mas na versão dos Irmãos Grimm!
Boa Leitura!

Era uma vez um homem muito rico, cuja mulher,
tendo adoecido gravemente e sentindo aproximar-se da morte, chamou sua filha
única e disse-lhe:
- Minha querida filha, sê sempre boa e piedosa e
o bom Deus há de proteger-te sempre, e lá do céu eu acompanharei teus passos e
estarei ao teu lado.
E,
ditas estas palavras, cerrou os olhos e partiu. A filha, a partir de então, ia
todos os dias chorar no túmulo de sua mãe, e sempre se mostrou boa e piedosa,
como sua mãe recomendara. Quando chegou o inverno, a neve espalhou sobre o
túmulo um alvo manto e, quando o sol da primavera o desfez, o viúvo se casara
outra vez.
A
mulher com quem casara levou consigo para o seu novo lar duas filhas, muito
bonitas, louras e de cútis muito clara, mais de corações negros e desapiedados.
E a pobre órfã teve de enfrentar uma vida repleta de sofrimentos.
- Essa idiotinha vai ficar na sala conosco? –
disseram as duas. – Quem quiser comer, tem que merecer. O lugar dessa idiota e
na cozinha.
E as duas malvadas trocaram o belo vestido da órfã por uma roupa velha e rasgada
e obrigaram-na a calçar um par de tamancos.
- Vejam como a orgulhosa princesa está vestida!
– exclamaram rindo às gargalhadas.
E
levaram-na para a cozinha. Ali, a pobrezinha teve de trabalhar arduamente de manhã
à noite, levantando-se antes do amanhecer, carregando água, acendendo o fogo,
cozinhando e arrumando tudo. Além disso, as duas irmãs a perseguiam de todas
asmaneiras: zombavam dela, jogavam na cinza o feijão e as lentilhas que ela estava preparando para
cozinhar, obrigando-a assim a catar novos grãos, trabalhosamente. À noite, quando infeliz já não se aguentava
de cansaço, não permitiam que ela se deitasse na cama: tinha que dormir na
cozinha mesmo, no meio das cinzas. E, como vivia sempre no meio das cinzas, puseram-lhe o apelido
de Cinderela, isto é, borralheira.
E aconteceu que, tendo o pai de Cinderela de
fazer uma viagem, perguntou às enteadas o que queriam que lhes trouxesse.
- Lindos vestidos – disse uma.
- Pérolas e pedras preciosas – disse a outra.
- E, tu, Cinderela? – perguntou o homem. – O que
quer que eu te traga?
- Meu pai, traga-me o primeiro galho de árvore
que bater no teu chapéu, quando
estiveres voltando para casa – disse a jovem.
O pai de Cinderela comprou, então, belos vestidos
e pérolas e pedras preciosas para as enteadas e, quando estava atravessando a
cavalo um denso bosque, um galho de
aveleira arrancou-lhe o chapéu, e ele o cortou e levou-o consigo. Chegando à
sua casa, deu às enteadas o que elas haviam pedido e a Cinderela o galho de
aveleira. A jovem agradeceu, plantou a muda no túmulo da mãe e chorou tanto,
que regou com as lágrimas a muda que plantara. E a muda cresceu e
transformou-se em uma linda árvore.
Três vezes por dia, Cinderela costumava ir
sentar-se à sombra daquela árvore, para chorar e rezar, e sempre um passarinho
ia pousar em um dos ramos e, se Cinderela manifesta-se um desejo, ele
prontamente a satisfazia.
E aconteceu que o Rei do país mandou que se
realizasse uma grande festa com a duração de três dias, para a qual seriam
convidadas todas as jovens formosas do país, a fim de que entre elas seu filho
escolhesse a sua noiva. Quando as duas enteadas do pai de Cinderela souberam
que fariam parte das moças convidadas, ficaram satisfeitíssimas e ordenaram à
órfã:
- Penteia os nossos cabelos, limpa os nossos
sapatos e abotoa os nossos vestidos, pois vamos ao baile no palácio do Rei.
Cinderela obedeceu mas chorou, pois também
queria ir ao baile, e pediu à madrasta para deixá-la ir.
- Tu, ires à festa do palácio do Rei, Cinderela?
– replicou a madrasta.
- Estás doida? Queres ir ao palácio do Rei
coberta de cinza e poeira como estás? Não tem nem vestido nem sapato que
prestem e queres ir dançar no palácio!
Como, porém, Cinderela insistisse, a madrasta acabou
dizendo:
- Esvaziei um prato de lentilhas nas cinzas. Se
catares todas as lentilhas dentro de duas horas, poderás ir conosco.
A jovem correu ao jardim, pela porta dos fundos,
e gritou:
- Vós, pombos mansos, vós rolinhas, e vós, todas
as aves do ar, vinde ajudar-me a pôr
No prato a
lentilha boa
Na cinza a
lentilha à toa
Poucos momentos depois entraram as duas pombas
pela janela da cozinha e logo atrás vieram as rolas e depois as aves do céu e
diligentemente se puseram a catar no meio das cinzas e colocar no prato as
lentilhas. Mal passara uma hora, e as aves já haviam acabado a sua tarefa e
saíram voando. Muito contente por ter satisfeito a exigência da madrasta,
Cinderela correu a procurá-la, levando o
prato com lentilhas, certa de que agora poderia ir a procurá-la, levando
o prato com lentilhas, certa de que agora poderia ir à festa do palácio. Foi
grande a decepção quando a madrasta disse:
- Não podes ir, Cinderela. Não tens roupa
decente e não sabes dançar. Todo o mundo iria rir de ti.
Como porém, a jovem começasse a chorar muito, a
madrasta disse:
- Se conseguires tirar das cinzas dois pratos de
lentilhas em uma hora, irás conosco.
Assim prometeu porque estava certa de que seria
de todo impossível para a órfã conseguir
tal coisa.
Logo, porém, que a malvada despejou nas cinzas
dois pratos de lentilhas, Cinderela saiu pela porta dos fundos e exclamou:
- Vós,
pombos mansos, vós rolinhas, e vós, todas as aves do ar, vinde ajudar-me a pôr
No prato a
lentilha boa
Na cinza a
lentilha à toa
E poucos momentos depois entraram as duas pombas
pela janela da cozinha e logo atrás vieram as rolas e depois as aves do céu e
diligentemente se puseram a catar no meio das cinzas e colocar no prato as
lentilhas. Mal passara meia-hora, e as aves já haviam acabado a sua tarefa e
saíram voando.
Muito satisfeita, Cinderela correu a levar para
a madrasta o prato de lentilhas, mas a malvada mulher disse-lhe brutalmente.
- Tudo isso não adianta. Não podes ir conosco
porque não tens vestido nem sapatos e não sabes dançar. Irias nos envergonhar.
E, tendo dito, virou as costas e saiu com as
duas filhas. Como não havia pessoa alguma em casa, Cinderela foi ao túmulo de
sua mãe e, debaixo da aveleira gritou:
Sacode os
ramos e faze assim
Que ouro e
prata caiam em mim
E, sem demora, uma ave lançou-lhe do alto um
vestido enfeitado de ouro e prata e sapatinhos bordados de seda e prata.
Cinderela vestiu-se e calçou os sapatinhos rapidamente e foi para a festa no palácio. A madrasta e suas filhas não
a conheceram e pensaram que fosse uma princesa estrangeira, tão bela e tão
ricamente vestida estava. Jamais poderiam supor que aquela linda moça fosse
Cinderela, que julgavam estar suja e esfarrapada, na cozinha, catando lentilhas
nas cinzas.
O príncipe aproximou-se dela, tomou-a pela mão e
convidou-a para dançar. E não dançou com nenhuma outra moça, e, quando algum
cavalheiro tentava tirá-la para dançar, o príncipe não permitia, dizendo:
- Ela é meu par.
Cinderela dançou até a noite e então, quis
voltar para casa.
- Irei contigo para fazer-te companhia – disse o
príncipe, que queria saber de onde a moça viera.
Ao se aproximar da casa, porém, Cinderela
escapou-lhe e pulou para o pombal. O filho do Rei esperou até o pai da jovem
chegar e contou-lhe que uma mulher desconhecida pulara no pombal.
“Será Cinderela?” , pensou o velho.
Mandou, então, buscar um machado e uma picareta
para derrubar o pombal, que, porém, estava vazio. E, quando a família voltou
para casa, encontrou Cinderela no meio da cinza, com seu vestido sujo e velho,
iluminada por uma pequena lamparina. Com efeito, a órfã saíra rapidamente de
trás do pombal e correra a aveleira,
onde deixou sobre o túmulo da mãe sua bela vestimenta, de onde a ave levou-a
para longe. E, dali, Cinderela voltara à cozinha.
No dia seguinte, continuou a festa, e a madrasta
e suas filhas foram mais uma vez ao palácio do Rei. De novo Cinderela procurou
a aveleira e disse:
Sacode os
ramos e faze assim
Que ouro e
prata caiam em mim.
Então, a ave deixou cair um vestido muito mais
bonito do que o da véspera. E quando Cinderela apareceu com ele no palácio do
Rei, todos ficaram admirados com a sua beleza. O príncipe tinha esperado até
que ela aparecesse e tomou-a pela mão, dançando apenas com ela o tempo todo. E
quando outros queriam tirá-la para dançar,
ele não permitia, dizendo:
- Ela é meu par.
Quando anoiteceu e ela quis se retirar, o filho
do Rei a seguiu, para ver em que casa ela iria entrar.
Mas, ela correu dele para o quintal atrás da
casa. Ali, havia uma linda pereira, muito alta e carregada de frutas. Cinderela
trepou na árvore com uma agilidade de esquilo, e escondeu-se entre os seus
galhos.
O príncipe esperou até o pai da jovem aparecer e
disse:
- A linda desconhecida fugiu de mim e creio que
subiu na pereira.
“Será Cinderela?” , pensou o velho.
Mandou, então, buscar um machado e derrubou a
árvore, mas não havia ninguém entre os seus ramos.
E, quando a família entrou em casa, encontrou
Cinderela na cozinha, junto da cinza, suja e mal vestida, como sempre. A órfã
havia pulado para junto da cinza, suja e mal vestida, como sempre. A órfã havia
pulado para o outro lado da pereira e deixado o vestido embaixo do aveleiro e
vestido os seus velhos trapos, como na véspera. A ave deixou então, cair um
vestido muito mais luxuoso e mais lindo que o da véspera,e um par de sapatinhos
de ouro. E, quando ela apareceu na festa tão linda e ricamente vestida, todos ficaram boquiabertos de
admiração. O filho do Rei dançou somente com ela e se algum cavalheiro a
convidava para dançar, ele impedia, dizendo:
- Ela é meu par.
Quando anoiteceu, Cinderela, apesar dos esforços
do príncipe para retê-la conseguiu fugir sem que ele a pudesse seguir. Ele,
porém, lançara mão de um ardil, mandando passar pez na escadaria. O sapato do
pé esquerdo de Cinderela ficou, então, preso no degrau quando ela fugiu. O
príncipe apanhou o sapato, que era muito pequeno e muito bonito, bem digno do pezinho que o
calçara.
Na manhã do dia seguinte, o príncipe procurou
seu pai e disse-lhe:
- Só me casarei com uma moça cujo pé couber
neste sapatinho dourado.

- Corte o dedo. Quando fores rainha, não
precisarás mais andar à pé.
A moça cortou o dedo grande, conseguiu calçar e,
mesmo sentido dor, se apresentou ao filho do Rei, que, recebendo-a como noiva,
pô-la em seu cavalo e partiu levando-a. Tiveram, contudo, de passar pelo túmulo
da mãe de Cinderela, e lá dois pombos pousaram na aveleira e cantaram:
Há sangue
dentro do sapato,
Repara
bem, repara bem.
Um pé bem
grande, um desacato!
Outra é a
noiva que te convém
O príncipe olhou e viu o sangue saindo para fora
do sapato. Fez o cavalo dar meia volta e levou para a casa a falsa noiva.
Mandou então que a outra irmã calçasse o sapato. A segunda irmã foi para o
quarto e enfiou com facilidade os dedos do pé no sapato, mas o calcanhar não
coube. A mãe foi, então buscar uma faca e aconselhou à filha:
- Corta um pedaço do calcanhar. Quando fores
rainha não precisaras mais andar à pé.
A moça
conseguiu calçar e, mesmo sentindo uma dor fortíssima, apresentou-se ao
príncipe, que a levou no cavalo, como sua noiva. Quando passaram pela aveleira
do túmulo, os dois pombos pousaram na árvore e cantaram:
Há sangue
dentro do sapato,
Repara
bem, repara bem.
Um pé bem
grande, um desacato!
Outra é a
noiva que te convém
O príncipe olhou e viu o sangue saindo para fora
do sapato. Fez então o cavalo dar meia volta, e devolveu a moça a família.
- Não é esta a que eu quero – disse. – Não tens
outra filha?
- Não – disse o velho. – Só uma pobre coitada,
suja e maltrapilha, que minha primeira mulher deixou, mas não é possível que
ela seja a noiva.
O príncipe insistiu para que a mandassem chamar,
mas a madrasta observou:
Diante, porém, da exigência do príncipe,
Cinderela teve de aparecer. Primeiro, ela lavou as mãos e o rosto, depois se
apresentou ao filho do Rei, que lhe entregou o sapato dourado. Ela se sentou em
um tamborete, tirou do pé o tamanco e calçou o sapatinho dourado, com a maior
facilidade. E, quando se levantou, e o príncipe encarou-a, reconheceu a linda
moça que dançara com ele e exclamou:
- Esta é a noiva verdadeira!
A madrasta e suas filhas empalideceram de espanto e de ódio. O príncipe pôs a órfã em seu cavalo e partiu, levando-a.
Quando passaram em frente da aveleira, os dois
pombos cantaram:
Não há
mais sangue dentro do sapato,
Repara
bem, repara bem.
Um pé
pequeno! Agora é um fato.
É esta a
noiva que te convém.
E, depois, desceram voando e pousaram no ombro
de Cinderela, um à direita e o outro à esquerda, e ali ficaram. Quando foi
celebrado o casamento da jovem com o príncipe, as duas malvadas irmãos compareceram, disposta a adularem Cinderela,
a fim de gozarem de sua amizade e
tirarem vantagem disso. Quando o casal de noivos entrou na igreja, a irmão mais
velha se colocou à sua direita, e a mais moça, à sua esquerda, e os pombos
arrancaram um olho de cada uma delas. Quando os noivos voltaram do altar, a
irmã mais velha ficou à esquerda, e a mais moça à direita, e os pombos arrancaram
outro olho de cada uma. E, assim, as duas irmãs foram castigadas por sua
perversidade, ficando cegas o resto da vida.
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