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O Escritor e suas Fantasias Realistas


  
         
Todos se lembram dos contos de fadas da infância; príncipe, princesas, gigantes ou anões povoam o imaginário infantil e o “felizes para sempre” nos acompanha por toda a vida adulta.  Concluiríamos então, que uma criança sonhando em ser escritora encontraria seu “felizes para sempre” no exato momento da publicação.  Posso dizer que sim, mas também posso afirmar que não.
A publicação é o momento em que o sapatinho serve, o gigante morre e o príncipe resgata a princesa nos dando a sensação de “ufa, agora acabou!”. Entretanto, o “felizes para sempre” nada mais é do que um ponto e vírgula, uma parada rápida para ganharmos fôlego e seguirmos com nossa estória.
E nessa hora James diria: “Tem que ser um ponto final”. Pois como todos sabem, uma estória é uma estória e outra estória é outra estória. Sabe que ele tem razão?
Uma nova estória começa agora.
Ao mesmo tempo em que publico meu primeiro livro como Consultora, vivo um momento memorável, não só da materialização de um trabalho de tantos anos mas também como integrante de um momento histórico na literatura nacional, o Book in a Box abre a possibilidade de multiplicarmos no Brasil o acesso as técnicas literárias usadas pelos grandes autores.
Estamos naquele momento tão especial, e aterrorizante, de fechar um livro e começar outro. Fecho o livro do sonho e começo o da realidade. Eu me encontrava naquele estágio da jornada em que o príncipe acorda a Bela Adormecida, eu, escritora amadora sonhando que em um passe de mágica a profissionalização chegasse. Adormecida, acreditava que se sonhasse bastante o príncipe-editor me encontraria. Muito pelo contrário, ser escritor é construir um romance COM o público e não ficar a espera de ser salvo por uma editora.  

A técnica me acordou com um beijo e a publicação não me torna rainha, mas consciente de que a jornada de um escritor se dá de um ponto final a outro, de um “felizes para sempre” a outro e de uma publicação a outra. Ai sim, enfim, construirei meu castelo como escritora, mas não um de sonhos, cartas ou paixão efervescente, mas sim de objetivos, novas estórias e amor. 

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